mas nós dançamos no silêncio

choramos no carnaval

não vemos graça nas gracinhas da tv

morremos de rir no horário eleitoral

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

.primavera.

Talvez eu precisasse que me ouvissem, embora não me importava se compreendessem. Palavras em preto e branco que ninguém lia. Restavam dúvidas e sobrava saudade. Como aquelas noites quentes de verão, onde todo mundo sai tomar sorvete. Você fica apenas olhando, e sente frio. Porque é diferente. E ser diferente não nos torna adaptáveis. Então debruço-me na janela e fico a olhar os carros passando na rua de baixo. Gente e música. Música que eu não compreendo. Que não chega a tocar minha alma, tão sensível e ao mesmo tempo tão faminta. Então recolho-me e tento alguns acordes no violão. Aí eu sinto. Sinto cada um deles tocando a minha alma, embora não me digam nada e não componham melodia alguma. Mas aquela fome de arte e ilusão vai sendo saciada. E o que eu não encontrei lá fora, acabo encontrando dentro de mim mesma. E passa o frio. E parece que sinto o verão chegar junto com uma canção suave. Verão com ar de primavera. Alguém entendeu? Não importa.

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