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choramos no carnaval

não vemos graça nas gracinhas da tv

morremos de rir no horário eleitoral

sábado, 30 de outubro de 2010

sexta...

Chovia e estava frio. Eu estava razoavelmente feliz. Faltava alguma coisa, faltava alguém. Talvez foi a primeira vez que senti um vazio tão grande. Eu que sempre gostei da solidão, agora estava entediando-me com ela. Já não conseguia fazer companhia à mim mesma como antes fazia. Senti todo o peso de uma noite de sexta-feira vazia.
Nada me prendia a atenção. Nem televisão, computador, nem mesmo os livros que sempre foram a minha fuga conseguiram me conquistar nesta noite. Ficaram jogados no criado-mudo. Mudos.
Eu escutava o barulho lá fora, e todo aquele que ia além da chuva. Tudo isso em sintonia não parecia o suficiente para preencher a minha alma e estampar um sorriso em meu rosto.
Então bateu aquela velha saudade. Uma vontade louca de pegar o telefone e ouvir um alô de alguém que tem a alma colorida. Mas a razão mandou o coração calar-se. E ele obedeceu, mas ficou chorando...
Porém eu senti... senti que o frio não ocupava só o meu quarto, e que ao som da mesma chuva tinha alguém querendo o mesmo que eu... mas muito nos dividia.

"o fascínio é fascinante, deixa gente ignorante fascinada"

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