mas nós dançamos no silêncio

choramos no carnaval

não vemos graça nas gracinhas da tv

morremos de rir no horário eleitoral

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Tempo.

É confuso ver como o tempo passa, mas certas coisas não passam. Ficam ali, paradas como um coração que já não bate mais. O tempo é mesmo indecifrável e não há dicionário capaz de dizer o que ele é.

Têm outras coisas que passam rápido demais, como uma brisa de verão, que sentimos tocar nossa pele, e logo não está mais ali. Às vezes sentimos falta, e outras vezes não nos dá nem tempo de sentir o prazer de sua presença, e se vão.

Mas as coisas que ficam são as marcas do tempo. Uma pessoa, um lugar, uma palavra, um olhar sincero, uma despedida, um beijo, um abraço inesperado, uma noite, um passeio, às vezes até uma dor, uma perda ou uma saudade. São coisas que marcam. Marcam o coração, povoam os pensamentos, constroem histórias, marcam a pele com o passar dos anos, talvez explicando o que o tempo é.

Então o tempo é uma utopia, parece estar fora da realidade. E nós sempre queremos uma tradução perfeita para tudo. Mas para o tempo? Quem ousa defini-lo?

Só vivendo. Vendo os dias passar e a quantidade de lembranças vão escrevendo o nosso livro. Talvez um dia descobriremos o que quer dizer o tempo. Quando finalmente pegarmos o nosso livro para escrever FIM.

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