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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O vale infinito.

Foi quando os olhos tocaram o horizonte que o infinito do mundo pareceu sorrir pra gente. Era uma multidão de pessoas floresta. Pessoas sim. Árvores sentem, e pareciam brincar com o vento. Então eu as chamei de pessoas. Talvez não devesse, porque chego a pensar que as árvores são mais nobres. Mas o que importa é que elas estavam lá, e quanto mais nós olhávamos, mais elas cresciam. Cresciam na direção do horizonte e as perdíamos de vista. Viravam um gigante campo verde, e a gente, na beira do vale, nos transformávamos em seres pequeninos diante de tanta grandeza.

Então o sol decidiu se pôr. O tom alaranjado foi tomando conta como pinceladas ligeiras em uma tela azul-celeste. E o sol sorriu nos desejando boa noite. E a imensidão, até então verde, ficou dourada aos nossos olhos. Dourada como o ouro. E aqueles resquícios de raios de sol que tocavam o rosto dele o faziam ainda mais belo. Eu pude ver seus olhos castanhos ficarem verdes, como as árvores. Então eu percebi que era o infinito a coisa mais linda que eu já vi, e nesse momento, o infinito estava na minha frente, no dourado do sol, no verde do vale, e no colorido dos olhos dele.

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