mas nós dançamos no silêncio

choramos no carnaval

não vemos graça nas gracinhas da tv

morremos de rir no horário eleitoral

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Havia solidão naquela quinta-feira inteirinha. Na manhã que começou cinzenta, chorando as lágrimas de uma noite que passou calada. Havia solidão naquela tarde; nos raios de sol que vez em quando saíam de trás das nuvens e tocavam o rosto dela; Havia solidão no vento gelado da noite que bagunçava-lhe os cabelos e a fazia cruzar os braços na frente do corpo.
Ninguém entendia por que ela escolhia a solidão em dias como este - e em tantos outros. Talvez era a solidão que a escolhia; gostava de ficar ao seu lado, cantar-lhe algumas músicas e dizer-lhe baixinho: -fica comigo hoje. E ela ficava, abraçava a solidão de olhos fechados; vagava os olhos pelos números da agenda do celular; pensava em dividir a solidão com alguém, porém, desistia. Solidão dividida vira companhia, e talvez não era isso o que ela queria.
Ela sou eu. Patética 'eu mesma' deslocada dos planos terrenos. E nunca soube dizer se a solidão faz-me bem ou mal. Apenas sinto que preciso dela e ela de mim. Olhamos as estrelas e o vago do horizonte.
É nesses dias assim que eu faço planos, escolho pessoas -egoisticamente- decoro palavras; E nunca uso, nunca faço, nunca digo. A solidão. Ah, ela não deixa. Mas eu prometo que vou deixa-la assim que Janeiro chegar.

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