mas nós dançamos no silêncio

choramos no carnaval

não vemos graça nas gracinhas da tv

morremos de rir no horário eleitoral

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Foi um prazer!

Em meio a tanta gente me encontraste. Quão grata fico eu por teres me conhecido. Foi um prazer amar-te e agora acho graça em te ver partir, levando uma mala cheia de lembranças, calejando-lhe as mãos, por ser pesada a bagagem de desejos de permanecer aqui.

Lá vai você onde o sol desponta, pela estrada de pedra crua, sem perceber as gramíneas que crescem entre elas, como cresciam meus sentimentos por entre os devaneios mais torpes.

Sem olhar para trás, tu vais. Sem olhar para lugar algum, segurando meu retrato pálido e rasgado, colado tantas vezes quanto o ódio engasgara tuas palavras.

Agora, de todos os passos que destes, só o que resta é um pobre amor. Amor que não saíra dos planos, não saíra do chão, pobre amor. Nestas noites de embriaguez perturba-nos os sonhos, e em meio ás lágrimas que derramastes durante o dia, à noite, porém, esboças um sorriso no canto dos lábios vazios.

E ao lembrar-me de ti, ainda sou grata e assim o serei. Não te digo muito obrigada, pois ninguém obrigou-se a nada. Ainda o sinto aqui.

E tu vais sumindo no horizonte dos dias. Sozinho, cansado, levando contigo todas as coisas que eu deixei.

E o prazer foi todo meu, foi todo seu!

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